Na manhã desta terça-feira (28), nossa equipe conversou com uma mulher que procurou a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher, em Manaus, para denunciar ameaças de morte e agressões sofridas. Segundo a vítima, o responsável pelos ataques seria um suposto capitão da Polícia Militar que aluga um imóvel dela. Por questões de segurança, o nome da mulher não será divulgado.
De acordo com o depoimento da vítima, as ameaças começaram no dia 13 de dezembro de 2024, quando ela abordou o inquilino para cobrar o aluguel atrasado há seis meses. “Até então, eu não sabia que ele era policial, porque ele se apresentou como balseiro. Foi então que ele disse: ‘Você pensou que eu era um zé-ninguém? Hoje você vai morrer’.”
A mulher relatou que foi forçada a entrar em uma viatura policial, onde o capitão mostrou uma corrente que ele descreveu como seu “brinquedinho de tortura”. Segundo a vítima, o suspeito afirmou que ela seria levada para um local isolado, onde seria torturada e morta. “Chegando na frente do meu imóvel, ele me deu um soco que me deixou sangrando. Foi quando eu consegui fugir pela porta lateral da viatura.”
Ainda de acordo com o relato, o suspeito contou com o apoio de outra pessoa, que tentou impedir a fuga da vítima. “Um vizinho apareceu e ele queria limpar o meu rosto, mas eu não deixei ninguém encostar em mim. Ele dizia que um mandado de prisão ainda chegaria, mas até hoje nada aconteceu.”
Histórico de denúncias
A mulher revelou que desde que o inquilino alugou o imóvel, vários boletins de ocorrência foram registrados. Entre as denúncias estão desvio de energia elétrica e água, além de agressões anteriores. “Eles cortaram o lacre da água e desviaram a leitura do hidrômetro. A fiscalização já encontrou irregularidades no local, mas nada foi feito até agora.”
Ela ainda relatou que, apesar das agressões, não conseguiu obter uma medida protetiva. “No 23º DIP me disseram que estão analisando a situação. Eu não entendo que análise é essa. Fui agredida, estou sendo ameaçada, mas dizem que não posso ter proteção porque ele não é meu cônjuge. Será que a lei é diferente porque ele é policial?”
Pedido de justiça
A vítima, que mora sozinha, teme pela própria vida e busca respostas das autoridades. “Como mulher agredida e humilhada, peço justiça. Não quero que ninguém mais passe pelo que estou passando.”
Nossa equipe continuará acompanhando o caso e cobrando respostas das autoridades competentes. Até o fechamento desta matéria, o suspeito não foi localizado para comentar as acusações.
Se você é vítima de violência ou conhece alguém que esteja enfrentando essa situação, denuncie. Ligue para o 180 ou procure a delegacia mais próxima.